"Acho, só acho, que tem gente que gostaria de passar pela vida sem
entrar em contato com o que sente, como se fosse possível viver apenas
pensando e fazendo as coisas sem ser afetada por elas. Não sentir pra
não se incomodar me faz pensar em uma estratégia de sobrevivência
totalmente relacionada à escassez. Tipo viver com pouco pra não ter que
se comprometer em buscar mais pra si mesma, sabe? Se você pretende se
apoderar da sua história de vida (pra ganhar amplitude e outras
possibilidades), comece a prestar atenção no quanto você se permite
sentir o que vem junto com ela. A nossa história é uma coleção de
eventos. Alguns nos causam alegria. Outros, raiva. Alguns, dor. Outros,
vergonha. Alguns, satisfação. Outros, paz. E por aí vai. Bom ou ruim,
isso tudo é nosso. É tudo oportunidade de sentir uma infinidade,
inclusive apego, paralisia, um tipo de grude que nos faz ficar ligadas
ao que passou como se não pudéssemos nos definir a partir de outro
ponto, outro acontecimento. Eu proponho que você faça um exercício: uma
linha do tempo com os eventos mais significativos da sua vida, os
primeiros que vierem à cabeça. Sinta o que sentir a respeito de cada um.
Anote o que vem. E anote também o que aquela situação ensinou pra você
sobre o modo como você funciona. E como se relaciona ou não ao que você
está pensando a respeito do que vive agora. Experimente também olhar pra
essa coletânea de momentos com gratidão pelo que passou e proporcionou
que você chegasse onde está. Sinta a sua vida e o que mais você quiser
(ninguém tem nada a ver com isso, tá?). Sinta profundamente. Com a
certeza de que sentimento vem, mas a gente pode modular depois, não é
algo dado, estático e, principalmente, feroz. Sentimento é uma parte da
história. Você é o todo: sinta o quão bonito é ser você." 💛
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